Resenha de O papel da Linguística no curso de Letras, Rodolfo Ilari.

Olá meus dialéticos!!

 

 

Hoje a nossa resenha será de cunho acadêmico. A mesma tem impacto especialmente sobre pessoas da área de Licenciatura em Linguagens e chama a atenção para um dos capítulos do livro A Linguística e o Ensino de Língua Portuguesa. 

  

A relevância desse assunto é notável principalmente porque muito se tem discutido a respeito do Ensino Tradicional x Ensino Moderno e o quais as consequências que cada uma implica. 

 

 

 

 

 

 

 ILARI, Rodolfo. O papel da lingüística no curso de letras in: A lingüística e o ensino da língua portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

 

Rodolfo Ilari afirma que o ensino secundário é previsto para licenciados em Letras tendo em vista que os alunos do antigo ginasial sejam atingidos diretamente pela atuação destes professores, sendo que objetivo dos mesmos se resume na “capacidade de comunicação, expressão e integração pela linguagem” (pág.9). Neste capítulo, o objetivo é compreender o porquê da Linguística nos cursos de Letras. Para isso, Ilari utiliza de dois argumentos que defendem a presença da Linguística nestes cursos. O primeiro é baseado no livro Gramática Filosófica, de J. Soares Barbosa, em que sua introdução fala da necessidade que o homem tem de aprender a escrever e a falar sua própria língua.

Soares Barbosa é retratado por Ilari como “um autor dos mais sérios e capazes” (pág. 11) no domínio da língua portuguesa, autor considerado e respeitado por sua Gramática Tradicional, no entanto, é afirmado que o programa do escritor (Soares) tem um sentido diferente, pois a sua perspectiva é de gramática Filosófica, a conexão entre linguagem e pensamento. Os métodos de Soares, hoje, foram mais esquecidos, e por isso, era esperado que fossem substituídos por outros métodos tais como de observação, porém, muitos dos gramáticos ainda se baseiam nos seus métodos gramaticais.

Segundo o autor, não há mais a necessidade da utilização de uma Gramática Tradicional, uma vez que o compromisso maior é manter o professor preparado para compreensão de atividades de fala de seus alunos, considerado outro fator importante na contribuição da Linguística, que é onde se encaixa o segundo argumento adotado por Rodolfo Ilari. A relação de professor e aluno envolvidos em atitudes do cientista natural, que é basicamente o levantamento de hipóteses e outros diversos meios para tal. Além disso, Ilari destaca que há uma grande necessidade da Linguística nos cursos de Letras e isso se torna um problema até que se chegue a argumentos contrários a isso.

Ilari ainda comenta a respeito do salário dos professores, que considerado como um salário ruim, desmotiva-os fazendo com que eles se apeguem cada vez mais à Gramática Tradicional. No entanto, o supracitado autor ainda declara que estes argumentos não têm consistência e que apenas a teimosia recorre necessidade de reagir contra a nova ciência.

O autor chama atenção ao fato de que enquanto declarações a favor da inserção da Linguística são voltadas para meios de formar bons profissionais e/ou explorar as funções básicas da linguagem defendendo um ensino renovado e diversificado, em contaste a isso há as declarações cuja intenção é excluir a Linguística expondo que as culturas e as expressões pessoais podem divergir-se.

Esse, definitivamente não é um livro que lemos por prazer porém, para pessoas da área de Linguagens como eu, sabe a importância de  estudar esse tipo de material, para nos mantermos atualizados quanto ao nosso papel de educadores. Estamos em uma era em que Lecionar não tem sido fácil, e quando discutimos sobre Gramática Tradicional, há quem seja contra, no entanto, não posso negar que sou a favor do tipo de ensino tradicional, desde que ele esteja obtendo resultados positivos em sala. Para quem é professor, sabe bem as dificuldades que temos em utilizar apenas de uma metodologia de ensino, principalmente porque uma sala de aula é composta por um público heterogêneo, sendo assim, é mais que importante atualizar sua linha de pensamento em relação ao como ensinar, e inovar em sala de aula, mas isso não significa que métodos tradicionais são considerados inúteis.